top of page

Espiritualidade e Essência Feminina: como me conectar?

Atualizado: 27 de out. de 2022

Muitas mulheres me questionam sobre: "Como me conectar com o meu feminino? Por onde eu começo?"

Ou então: "Me fala mais sobre essa espiritualidade feminina..."

Então vamos lá entender sobre esse movimento de retomada da essência feminina!


Antigamente, em muitas tradições pré-cristãs, lá nas civilizações antigas, as culturas eram matrifocais. E essas culturas desconheciam o papel do opressor e do oprimido, da hierarquia, do controle e da guerra.


Segundo Menna (2019), os estudos de reconstruções científicas dessas civilizações, apontam que os símbolos e imagens desenterradas revelavam, a reverência à Mãe Natureza, à abundância harmônica do equilíbrio da vida e da interconexão dos seres. Não havia sinais de ‘paz’ (entendida paz enquanto ausência da guerra e medo) porque não havia guerra e o medo não era o que regia suas relações cotidianas.


Com a ascensão da cultura de dominação patriarcal e a "marginalização" da figura feminina, houve perseguições, seguidas por um declínio das práticas, e essa imagem de Deusa criadora, provedora e mantenedora, foi substituída por figuras masculinas de um "salvador".


A herança ancestral, práticas, rituais e alquimias das mulheres foram ocultadas e reservadas as escolas de mistérios e as superstições.


Com os movimentos políticos feministas, que são diferentes de espiritualidade feminina, porém complementares, as mulheres retomaram seu interesse pela história da mulher na sociedade, reascendendo em uma crescente o interesse pelas práticas ancestrais.


As práticas espirituais femininas têm em sua essência a preservação de toda a vida, da harmonia natural e do bem estar coletivo. É um movimento de resgate dos valores Sagrados e da Sabedoria da Grande Mãe Terra, da natureza e dos Seres. Preza por qualidades maternais de acolhimento e amorosidade.


E engana-se quem pensa que a espiritualidade feminina não é para os homens! Pois eles também carregam a energia feminina dentro de si.

É a ausência da dualidade! E a celebração da essência amorosa e espiritual em todos os seres integrantes do Grande Cosmos.


Para resgatar esse feminino autêntico a mulher deve estar desarmada de crenças construídas ao longo de uma história de opressão. E ter em sua mente que a lei da ação e reação é a única Lei Universal que pode nortear seu comportamento, sem castigos ou punições.


O retorno das tradições ancestrais devolve para as mulheres as práticas naturais de cura, as cerimônias, os ritos de passagem. A celebração dos "mistérios do sangue", da Roda do Ano, dos ciclos da natureza, e o simbolismo da transformação, não só fisiológica e física, mas também psicológica, emocional e espiritual, que acompanham a menarca, a gestação, o nascimento ou a perda de um filho, a menopausa e para a mulher contemporânea as realizações profissionais. Abre passagem para os mitos e lendas femininas, as imagens e forças dos arquétipos femininos de diferentes culturas.

E além e acima de tudo é um espaço de valorização das experiências de cada mulher, de acolhimento, fortalecimento e encorajamento entre elas, sem julgamento, limitações ou imposições. É um lugar para desenvolver sua criatividade, seu poder de escolha e sua consciência sobre opções.


A espiritualidade feminina enquanto movimento, vem para suprir a carência dos valores e qualidades Divinas da energia feminina, que equilibra a energia típica masculina, de competição, autoridade e autonomia.

Em um momento onde confundiu-se empoderamento feminino e poder pessoal, com belicosidade, agressividade, rivalidade e prepotência. Equilíbrio esse necessário para mulheres e homens, que também tem a energia feminina adormecida pela cultura da opressão.


Espiritualidade feminina não vem para fazer oposição ao patriarcado ou ao machismo, gerando outro "-ismo" vazio em essência e equanimidade. Vem para honrar as parcerias harmoniosas com o masculino, sem pegar para si sua característica intrínseca, valores ou comportamentos.


"Quando as mulheres estiverem plenamente conscientes do seu verdadeiro poder, elas vão pode usá-lo para se transformar e mudar o mundo ao seu redor. Em vez de direcionar o poder para competir ou dominar [..]. A expansão da consciência provocada pelo movimento da espiritualidade feminina está fazendo as mulheres perceberem que não devem permitir a exploração dos seus corpos, promovida por interesses comerciais ou não, e que levam, por meio de imagens e atitudes, à degradação e à profanação da sua essência sagrada e dos seus atributos." - Mirella Faur.

Então, respondendo as inúmeras perguntas que chegam sobre por onde começar essa reconexão com o feminino e com a espiritualidade, eu digo: estando em círculos com outras mulheres, conhecendo o seu ciclo menstrual, lendo livros sobre mitos e contos, meditando, fazendo Yoga, cuidando do seu corpo-templo, tomando um chá, honrando suas ancestrais, cantando, dançando, pintando, bordando, fazendo uma leitura de oráculo, rezando para a Deusa que você tem afinidade, estando em silêncio. Sendo você, respeitando sua história, reconhecendo-se enquanto Ser Divino.


Comments


bottom of page