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Yoga no tratamento da ansiedade.

Atualizado: 6 de fev. de 2022


Boa parte da população mundial experimentará algum tipo de transtorno de ansiedade de maneira contínua ou recorrente nos próximos anos.


Estudos recentes indicam que o yoga pode se estabelecer como intervenção para o tratamento de transtornos de ansiedade. No entanto, este é um novo campo de pesquisa e novas investigações combinadas a variáveis psicológicas e fisiológicas são necessárias para estabelecer um protocolo de yoga como intervenção principal ou complementar ao tratamento da ansiedade.


Um dos fatores que promove o avanço dos experimentos de yoga no tratamento da ansiedade está relacionado aos efeitos adversos das medicações psiquiátricas, da falta de resposta ou mesmo da limitação da eficácia das drogas ansiolíticas a longo prazo, além dos efeitos colaterais como sonolência, dependência química, disfunção sexual, cognição e memória prejudicadas.


O Yoga é um sistema complexo de práticas espirituais, morais (disciplina) e físicas que buscam alcançar a autoconsciência e auto realização. O Hatha Yoga, por exemplo, é composto por 8 passos, 1. #yamas (abstenções); 2. #nyamas (observações); 3. #asanas (posturas psico-físicas); 4. #pranayamas (exercícios respiratórios); 5. #pratyahara (controle dos sentidos); 6. #dharana (foco); 7. #dhyana (meditação) e 8. #samadhi (completa transcendência).


Apesar do Yoga não ser classificado como uma terapia, estudos indicam que esse sistema filosófico tem mostrado sucesso no tratamento de estresse e ansiedade. O fato de não ser uma intervenção farmacológica, faz do yoga uma terapia complementar com grande potencial de sucesso no tratamento da ansiedade.


A primeira aplicação sistemática do yoga como alternativa ao tratamento de distúrbios mentais começou na Índia em 1918, no Instituto de Yoga, em Versova. Em 1920, mais um trabalho clínico foi conduzido no Kaivalyadhama Yoga Institute, em Lonavala. A partir desses primeiros ensaios, a yogaterapia se disseminou na Índia e mais tarde no Ocidente, com a inclusão da prática em hospitais para tratamento de pacientes com câncer.


Em 2005, um estudo conduzido por Michaelsen, utilizando o método Iyengar observou alterações positivas em um grupo de mulheres com sintomas de estresse. O programa foi conduzido por 3 meses e envolveu asanas, pranayamas e relaxamento.


Outro estudo identificou o papel positivo do yoga na redução dos níveis de ansiedade em períodos que precediam provas e exames importantes, em um grupo de estudantes de medicina. O tratamento incluía meditação, posturas e visualização.


Uma terceira pesquisa investigou os efeitos do yoga por 6 semanas na sensação de bem estar em voluntários ansiosos. Os resultados sugerem que os participantes do grupo de yoga apresentaram redução no grau de ansiedade, depressão e estresse e também aumentaram o sentimento de #otimismo.


Em 2009 outro estudo avaliou a influência do yoga no alívio de ansiedade e depressão em mulheres adultas. O grupo participou de aulas de yoga duas vezes por semana por dois meses. A prevalência média de depressão no grupo experimental mostrou uma diminuição significante nos sintomas da depressão e ansiedade.


Novos estudos estão sendo conduzidos para entender os efeitos do yoga em parâmetros fisiológicos relacionados a ansiedade. Cientistas observaram reduções na atividade simpática após a prática de relaxamento guiada baseada no yoga. Os resultados desse estudo sugerem que o yoga pode habilitar os praticantes a utilizar suas próprias estratégias para reduzir a frequência cardíaca, com impactos terapêuticos significativos especialmente no controle a ansiedade.


Todos esses estudos indicam que o yoga pode sim ser uma poderosa ferramenta no combate ao estresse, ansiedade e depressão, assim como outras técnicas de relaxamento. No entanto, só o yoga é capaz de melhorar significativamente diferentes domínios do estado de saúde do indivíduo, como a saúde mental e emocional.


Os efeitos do yoga sobre a ansiedade parecem ocorrer devido a uma resposta de relaxamento, uma redução generalizada na excitação somática produzida por uma atividade alterada do eixo HPA e no sistema nervoso autônomo.


Em geral, o yoga parece modular o tom nervoso autônomo através da redução da atividade simpática. A prática de yoga está associada a uma redução de cortisol, catecolaminas, taxa metabólica e consumo de oxigênio no corpo (elementos que indicam redução na atividade simpática).


Além disso, os pranayamas exercem influência sobre mecanismos respiratórios involuntários e modulam a interação entre os sistemas nervoso simpático e parassimpático, mudando profundamente os padrões de respiração e, consequentemente, o curso das emoções.


Apesar da diversidade dos estudos, o yoga vem se mostrando uma intervenção bem sucedida no tratamento dos transtornos de ansiedade, especialmente quando utilizado de maneira complementar a outras terapias como a psicoterapia e mesmo as terapias farmacológicas.


Namastê.




Texto: Yacy Saraiva


Yacy é paulistana, publicitária e professora de Yoga. Formada em Comunicação Social pela ESPM, com MBA pela FIA, trabalhou 10 anos como executiva e, hoje é professora de yoga e empreendedora.

Em 2015, formou-se em Hatha Yoga, na Montanha Encantada, SC, pela Escola Define your Voice, com professores Lisa Whitford e Curran Watts.

Ainda em 2015, complementou sua formação com o professor Francisco Kaiut, curso Introdutório ao Método Kaiut. 

Em 2016, retornou à SC para o curso de aprofundamento em Iyengar Yoga, com a professora Lois Steinberg (Ph.D, CIYT Advanced 2, C-IAYT)

Em 2017, mergulhou no universo da Ayurveda e formou-se na Cruz Vermelha-SP, em Abhyanga. Tornou-se praticante de meditação Vipassana em março'2017.

Ministra aulas de Hatha Yoga, Hatha Vinyasa, Yoga Restaurativa somente online. Você também pode saber mais sobre o trabalho da Yacy no perfil do instagram @yacy.yoga, ou pelo site www.yacyoga.com.

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